segunda-feira, 25 de julho de 2016

The Unknown - Capítulo único.

Quem lhes contou que não pode haver "Amor a primeira vista" ? 
Pois bem, o destino sorriu para Linda Still e Justin Bieber. 

*Arritmia: Sinônimos: palpitação, taquicardia, disritmia, braquicardia 

Uma arritmia é um distúrbio do batimento ou ritmo cardíaco, como batimento muito rápido, muito lento ou irregular.

A Desconhecida. 

O dia amanhecerá nublado, sexta-feira tão acinzentada. Odiava quando precisava sair de minha residência em dias como aqueles, em que o sol se colocava por entre as nuvens cheias, era de preferência exclusiva minha, ficar em casa por entre os cobertores e edredons, imaginando uma maneira para iniciar uma história cheia de romance melodramático, já que em minha vida, romance algum ocorria. Por mais incrível, infantil e horrível que isto soasse para quem descobrisse o meu método de fugir da minha carência realista. Sim, Eu o fazia. E tinha em mim uma desculpa bem elaborada para quem me dissesse que aquilo era de fato uma infantilidade sem tamanho. “É bem melhor eu fazer surgir um homem que não existe, em palavras e histórias. Inventar um romance, do que sair pegando qualquer malandrinho que se paga de playboy só porque puxa um baseado, com a intenção de fazer besteiras com uma garota e destruir o coração dela.” – Eu dizia a pessoa e (mesmo que não quisesse) ela era obrigada a concordar, porque se não... Eu iria começar com meus discursos inacabados que (para quem os ouve) é totalmente sem nexo e coerência.  Sim gente, eu era uma nerd fora do comum, na realidade eu era totalmente fora do comum. Eu era incomum.
Naquela manhã cinza de sexta-feira, eu tivera que acordar cedo para conseguir pegar o metrô das 06hrs00m, um horror. Porque eu simplesmente odiava acordar cedo, nunca era capaz de me acostumar com horários tão pequenos. Tenho tentando, eu juro.
Como o de sempre consegui meu lugar na penúltima cadeira do metrô, bem no cantinho, gostava daquele lugar. O mesmo tinha a incrível capacidade de afastar velhinhas ou velhinhos sedentos por uma cadeira vazia no meio de um vagão completamente lotado. Não que eu fosse ruim, mas eu estava acomodada ali, inerte nos meus pensamentos, não queria ser incomodada a ponto de ter que sair do meu lugar para ceder à outra pessoa se sentar, quando eu, teria que suportar quarenta minutos até a escola de pé. 
Vi quando um casal entrou sorrindo dentro do vagão, rolei os olhos ao perceber quão feia era a garota, e o quão bonito era o garoto, não compreendendo o real sentido de todo aquele acontecimento. Dizem que atraímos o que somos então eu não sou ninguém, porque eu não atraio pessoa nenhuma. Aquela linha de raciocínio não era coerente em alguns casos, neste mesmo. Não fazia sentindo, uma garota feia com um moço tão bonito.
De certo modo me sentia terrivelmente solitária dentro de uma sociedade onde garotas de doze anos conseguiam namorados, e eu no auge dos dezessete não tinha ninguém ainda. Sim, isto me incomodava um pouco. O celular vibrou no bolso de minha jeans e eu o peguei rapidamente.
“Oi minha conselheira amorosa, vc fugiu de mim ontem ia te contar umas coisas sobre Roberta pedir ajuda mais não te encontrei.”
“Desculpe. Tive que sair às pressas, estava atrasada.”
Respondi rapidamente em quanto um lado de meu cérebro examinava minuciosamente os erros de português gravíssimos contidos naquela mensagem.
Este era Roberto, era completamente apaixonado por Roberta.
(Sim, nomes praticamente iguais)
Eu sabia que Roberto não teria chances alguma com ela e tinha quase certeza de que não daria certo. O mesmo era infantil demais, feio também (‘cá entre nós). Roberta já tinha passado por uma série de relacionamentos, e já era madura o suficiente, bonita também. O oposto dele. Estava tentando aconselhá-lo a insistir, mais não continuar, se observar que não daria certo, mas ele vivia comprando presentes pra ela e enchendo-a de mimos, quando a mesma se quer dava sinais de que gostava dele da mesma forma que ele quanto a ela.
Sim, eu era conselheira amorosa também. E não era só dele, tinha amigas que também viviam me pedindo ajuda, outras que já não moravam mais em Londres, mas que passavam praticamente o dia inteiro me enviando print’s de conversas melosas. Eu odiava, mas não demonstrava, respondia com educação, mesmo que no fundo aquilo me causasse desconfortos imensos.
Havia outros casos também, uma amiga distante que conhecerá um homem mais velho que ela, a mesma tinha acabado de sair de um relacionamento conturbado e em menos de alguns meses já estará com outro. Não demorou muito para que ela aparecesse com um anel de prata na mão direita. Ocorriam dias em que esta me enviava mais de cinco fotos com presentes variados a qual seu namorado o havia dado. Pedia-me opinião na escolha de sandálias, e eu sabia que ela pedirá para ele dar-lhe uma. Também não gostava, sabia que a amizade dela era uma pura falsidade e que só precisava de mim como ponto de desabafo, já que sua família era desestruturada e quase não tinha amigas.
Houve uma vez em que uma colega me acordará em uma madrugada fria de novembro para contar-me que seu “ficante” lhe pedirá em namoro em pleno restaurante lotado. Fiquei aborrecida, mas o sono era tão grande que não tive forças para repreendê-la no final.
Não que ela não fosse uma amiga verdadeira, ou que eu não pudesse contar com qualquer um de meus amigos. Porém, eu queria que houvesse apenas um pouco de compreensão vinda dos mesmos. Porque até então eu nunca havia dito que certas conversas me incomodavam, nunca havia falado que eu não sou um porto de desabafos ou uma psicóloga pronta pra atendê-los a qualquer hora do dia. Eu relevava temendo magoá-los, mas queria que percebessem. Na verdade eu nunca compreendi o real motivo dos mesmos me pedirem conselhos, creio que nunca perceberam que eu não tinha nenhum flerte, admirador secreto muito menos um namorado.Porque, se eu fosse uma amiga ou conhecida minha e tivesse um namorado ou estivesse gostando de alguém, jamais pediria conselhos a mim, porque eu não sou a prova viva de que alguém pode se dar certo em um relacionamento, eu sou o inverso.
“Pode me esperar hoje” – Roberto enviou alguns minutos depois, fiquei me perguntando se aquela frase se tratará de uma pergunta ou afirmação.
Indignava-me saber que alunos do ensino médio, cometiam erros tão graves de português como estes.
Não respondi, porque perceberá que estava tão inerte aos meus pensamentos que perderá o metrô qual era para ter decido. Teria que andar bastante e provavelmente chegaria atrasada.
Mais uma vez.

A garota desceu rapidamente, sentindo o coração bater descompassado dentro do peito, sabia que perderia mais uma aula e que provavelmente ficará com falta, em pleno final de ano letivo. Saiu do vagão sem sentir que deixará algumas de suas anotações caírem em um dos degraus. Os perderá em nem se daria conta disto.
Os papéis caídos no chão sem que ninguém percebesse, estavam tão concentrados em suas tarefas e afazeres que se quer poderiam perceber que os degraus escondiam alguns papéis que continham os segredos da garota tão incompreensível que descerá apressada do vagão.

Horas mais tarde quando o mesmo lotará, um garoto que estava a caminho de sua casa perceberá que entre os degraus havia papéis escondidos sem propósito algum. A curiosidade foi maior, e mesmo que as pessoas o observassem de soslaio, o mesmo seria incapaz de voltar para casa sem saber o que havia dentro ou escrito nas folhas já meio rasuradas; Encontrou dificuldades em conseguir pegar os papéis já que em uma de suas mãos o capacete de sua moto descansava, ele fora obrigado a voltar de metrô justamente pelo fato de tê-la deixado em uma mecânica logo perto.
Justin estava no auge de seus 18 anos e a exatos cinco meses atrás conseguirá realizar um de seus maiores sonhos, tirar sua habilitação para dirigir, o garoto era fã das pistas, da adrenalina e de todo aquele suspense. E mesmo que soubesse estar indo contra lei, gostava de participar de rachas, apostas e corridas. Nada que envolvesse dinheiro, mas com toda certeza atitudes que envolviam seu espírito competidor.
Quando conseguiu finalmente tirar os papéis por dentre os degraus, sorriu forçado para as pessoas que estavam ao seu redor, uma grande maioria de mulheres. As mesmas suspiraram ao notar os dentes brancos e bochechas rosadas de Justin que chamaram sua atenção, as mesmas a observavam morrendo de uma vontade de roubá-lo para elas.
O garoto pegou os papéis e os guardou dentro do bolso de sua jaqueta preta. E seguiu caminho rumo a sua casa.    
(...)
“Escrevo porque preciso, e não vejo motivo aparente para não o fazer. Estou triste e sabe de ‘qualé? Não tenho com quem desabafar. As palavras sempre foram minhas maiores companheiras e eu agradeço tanto por elas, obrigado aí por quem quer que as tenha criado.
Meu nome é Linda. Só meu nome. Por favor, não se engane querido diário, tenho dezesseis anos, quase dezessete, e moro com meus pais, estudo e faço curso profissionalizante pela manhã. Não sei qual motivo de minha apresentação. Não sei, mas suspeito ser a minha incrível mania de querer agir sempre educadamente, Há! Quer saber? Eu não ligo pra esta mania, eu tenho outras bem piores. Como aquela, de não querer ser inimiga de ninguém, ou então aquela super chata de simplesmente não conseguir pronunciar as palavras corretamente. Eu sou perfeita, escrevendo. Porque falando, eu sou um desastre. Às vezes eu me odeio por isso, só às vezes. Quando alguém me pede um conselho eu falo demais, exponho todos os meus pontos e tenho aquela cisma de nunca ser o suficiente ter dito tudo aquilo. Temo que as pessoas me interpretem mal, não gosto que pensem coisas erradas sobre mim. Sou perfeccionista e sou mestre na arte do desastre. Por isto se me encontrar por aí e perceber que meu coque esta meio torto ou que meus óculos estão meios desajeitados, não fique pensando que isto é personalidade, porque não é não.
Personalidade? O que seria isto? Um estilo de vida? Ou um estilo de ser e de se vestir? Eu tenho isso? Acho que todo mundo tem né? Ou não? Porque eu descobri que existem aquelas pessoas que vestem o que querem e não tão nem aí, aquelas que se vestem da forma que a sociedade quer que elas se vistam e aquelas que se vestem como gostam. Mas eu, eu me visto do jeito que me sinto confortável. Acho que não me encaixo em nenhum destes padrões e acredito que tenho um pouco de tudo deste mundo dentro de mim. Gosto de vestidos, mas também gosto de calças e saias, gosto de all stars, mas também curto uma sandália e sapatilha. Eu realmente não sei o que se passa comigo. Sou um misto de confusão e... E... E confusão. E acho que serei assim eternamente. Talvez eu não seja como a sociedade quer que eu seja, e também não me permito se tornar o que ela quer que eu me torne, acho que nunca conseguirei namorar ninguém nessa minha vida, porque olha, quem namoraria alguém como eu.
Somente alguém como eu.
E não existem nem garotas como eu, quem dirá garotos.
Olha, eu ri disso que escrevi agora.
Isto me incomoda às vezes. Sinto-me só por diversos dias, mas não permito que deixem perceberem. A chateação às vezes me assola, mas tenho encontrado refúgio nos meus livros de comédia romântica e tenho me afogado em uma melancolia sem fim. Nossa! Quanta infantilidade a minha né? Eu sei, mas eu sei que todo adulto e adolescente passa e tem seus momentos de infantilidade. No meu caso, o meu assunto de classificação infantil é este. E por ser tão imaturo este pensamento eu não os divido com ninguém, enfim me conforta saber que ninguém jamais leria ou lerá isto tudo que escrevi. ”
Linda.
Os olhos do garoto pairaram por sobre o papel, e Justin sentiu seu coração bater devagar. Quem seria a garota misteriosa? Riu daquilo depois, sim. Ele gargalhou. Uma menina estará triste só porque não conseguirá um namorado. Que coisa mais banal e idiota! Levantou-se, pegando os papéis em sua mão e guardo-os dentro de sua gaveta, eles faria companhia aos preservativos que se encontravam ali. Justin riu silencioso.

- Eaí Drew? – Ryan, amigo do garoto encontrou-o no meio do corredor sorridente e ficou curioso. –Do que ‘ce ta rindo cara?
-Nada não. Quem te deixou entrar? Eu já cansei de falar ‘pra Senhorita Mallette que não se deve permitir a entrada de estranhos dentro da minha casa! Mas ela não entende! –Drew disse alto, com a intenção que Pattie o ouvisse, enquanto Butler analisava a expressão do amigo, ele estava diferente. 
-JUSTIN! –Pattie gritou da cozinha com uma voz que beirava um sorriso estampado nos lábios.
Drew fez um toque com Ryan e o convindou para que entrasse em seu quarto.
-‘Tá sabendo se vai ter algum outro racha? – A pergunta se foi feita por Justin.
-Não, eu ainda não ‘to sabendo de nenhum. – Ryan estava pensativo, fitando o nada. – Acho que essa semana não vai ter mais nenhum, por conta da chuva. Não tem como competir com o asfalto molhado.
Justin bufou, por ele iria com o asfalto molhado, seco, lamacento, tanto faz.
Butler levantou-se e abriu o frigobar pegando uma das cervejas que se encontravam ali. Jogou uma na direção de Justin, que hesitou um pouco mais que a pegou logo depois. Uma só não faria mal. - Dude, ‘ce ‘ta meio estranho hoje. –Comentou Ryan.
-Estou meio triste por estar sem Stella aqui.
“Stella” era o nome de sua moto.
Ryan riu, riu alto.
-Não, você não esta triste, parece sorridente.
-Há Ryan! –Justin esbravejou, fitando o amigo vir ao seu encontro para se sentar ao seu lado na cama. - ‘ce nunca foi de ficar me observando. O que ta acontecendo com você cara? – Drew arqueou uma de suas sobrancelhas e esperou uma resposta vinda do amigo ao seu lado, o garoto ainda ria
Ryan só fez sorrir largamente, mostrando-lhe o dedo do meio em resposta.

(...)

-Justin aonde vai? – Jeremy questionou, observando as mãos do filho cobertas por luvas, a fim de protegê-las do frio excessivo do lado de fora.
-Vou à casa do Ryan.– O garoto disse, mesmo sabendo que sua resposta não havia sido completamente verídica. Pattie o fitou de perfil, percebendo o tom falso por cima de sua voz.
- Justin, quero que saiba que você não tem mais dezessete anos. –A mulher começou, fechando os olhos para não ter que observar a feição do filho, pura em descontentamento. – Se mais uma vez eu tiver que ir lhe buscar em uma delegacia por conta das suas imprudências eu... –Patrícia parou sendo interrompida por um Bieber entediado.
-Mãe, eu  vou à casa de Ryan Mãe! Relaxa. –Ele se aproximou plantando um beijo na testa de uma mãe agoniada. 
-Justin. – Jeremy o chamou assim que o mesmo estava quase pondo as mãos na maçaneta, o clima estava tenso no ambiente, como se no fundo sua mãe não estivesse cem por cento convencida de suas palavras, o que de fato, era verdade. O garoto ao perceber que o pai não lhe falará nada, virou-se para encará-lo percebendo o dedo indicador de Jeremy rumar em direção ao próprio peito. Em um aviso prévio de “Tome cuidado com esse teu coração, a qualquer momento; Ele pode parar.” Drew ignorou, odiando ser lembrando. Rolou os orbes castanhos e saiu de casa, enfrentando o frio descomunal daquela época.
Dentro da casa do mesmo, Pattie e Jeremy se entre olharam, o homem sentou-se na mesa pondo as mãos por sobre a madeira desta e fitou os olhos claros e visivelmente preocupados de Patrícia.
-Ele vai ter que aprender. –Jeremy soltou as palavras. -, aprender com os erros. E nós, vamos ter deixá-lo voar. –O homem concluiu. -, Porque não há mais nada que possamos fazer.
-Mas, Jeremy não é certo! –O tom de voz aumentará. – Você sabe muito bem que Justin pode ser preso agora, e que não podemos mais ir lá e simplesmente o pegar de volta. –Ela gesticulava; Gesto que comprovava o seu tão evidente nervosismo.
-Patrícia meu amor! – O homem levantou-se pondo as mãos no ombro de sua mulher, na intenção de acalmá-la. – Você sabe muito bem como nosso filho é. E que quando ele quer algo, ou quando ele quer fazer alguma coisa; Não há nada que o possa impedir de realizar. Se ele quiser fazer besteiras, estragar a própria vida; Ele vai fazer. E não vai ser eu. – O homem apontou para si mesmo. – E nem você- agora apontará para mulher -, que vai impedir isso.
Pattie se calou, buscando o olhar de seu esposo. Ele não a fitará, era insuportável navegar na imensidão daqueles orbes quando elas estavam molhadas de preocupação. Jeremy a abraçou e Patrícia chorou em seus braços.
(...)
-Eai Man! – Ryan cumprimentou o amigo assim que o mesmo chegará a sua casa.
-Fala aê. –Justin entrou, percebendo o silêncio se acomodar, porém; Assim que seus olhos encontraram com os de Charles um sorriso enviesado se repuxou em seus lábios, o garoto se levantou do sofá sorrindo também e cumprimentou o amigo com um toque personalizado.
-Quanto tempo hein! – Complementou Charles, percebendo o amigo passear os olhos por sob o cômodo no intuito de verificar se havia mais alguém presente, concluindo que não haverá nenhuma outra pessoa ali, a não ser por Charles e Ryan, junto do mesmo.
-Pois é. Ryan, por que me chamou aqui? – Drew questionou virando-se para dar de cara com o amigo. –Sei que sente saudade de mim, mas poxa! Vimo-nos ontem sua bicha.  – Ele completou com um sorriso estampado nos lábios.
-Justin – a expressão de Ryan se modificou e o mesmo tornará a ficar sério novamente. -, Rick propôs um desafio. – O homem que outra hora ria, tornara a fitar o rosto do amigo a sua frente com mais atenção.
-Que desafio?
-Uma corrida ora! –O loiro bufou impaciente.
-E porque me diz isso? Você pode competir com ele se quiser de Rick eu quero distância. – Drew concluiu passando as mãos por sob a nuca.
-Mas cara... – Charles apareceu ao lado de Ryan e fitou o chão como se buscasse por palavras. Justin franziu o cenho, se perguntando o real motivo da intromissão de Chaz. – Ele apostou cinco Milhões de dólares por esta corrida. – Os olhos de Bieber se arregalaram com a tal informação, e seu instinto compulsivo e a gana despertará em seu interior, revelando seu espírito competitivo.
-Pra quando é? – O homem perguntou desta vez mais interessado.
-Amanhã. –Ryan fitou o chão como se escondesse algo. Drew franziu o cenho novamente sentindo as mãos formigarem em nervoso, como competir com a pista molhada? Era perigoso, perigoso demais.
-Como assim dude? Mas... – Bieber iria questionar se não tivesse sido interrompido.
-Sim a pista estará molhada, e é perigo... Mas cara são cinco milhões! Por favor. – O amigo elevou as mãos ao alto revirando os olhos.
-Quem irá participar desta disputa? Você, Chaz... E quem mais? – Tantas perguntas, poucas respostas.
-Não dude, você não entendeu. – Desta vez Charles interrompe-o, aquilo já começara a irritar o garoto. O amigo fez um sinal de “pausa” com a mão e voltou a falar com ansiedade, Drew observava tudo com uma expressão preocupada sabendo que aquela informação escondia mais detalhes do que imaginava. Conhecia Rick, conhecia-o muito!
Silêncio.
-Rick quer... Quer competir com você! – Chaz soltou relaxando os ombros como se tivesse retirado um fardo de suas costas. Ryan apenas observava a reação do amigo que só fez bufar e passar as mãos na nuca, nervosismo.
-Eu não vou. –Ele disse, após segundos de silêncio. Sua mente trabalhava a mil, centenas de pensamentos e milhares de dúvidas.
-Já aceitei por você cara! –Ryan desabafou, reprimindo os olhos com força, sabendo de ante-mão qual seria a reação do amigo. À medida que as informações se tornavam coerentes na mente do homem a irá lhe subia a cabeça. Como seu amigo, poderá fazer isso com ele?
-Como assim? – Ele disse. –TEM NOÇÃO DO QUE FEZ? VOCÊ CONFIRMOU MINHA PRESENÇA EM UMA DISPUTA PERIGOSA, SABENDO QUE ESTOU SEM O VEÍCULO E QUE CORRO RISCO DE MORTE E PRINCIPALMENTE; SABENDO QUEM É RICK! VOCÊ É LOUCO? – Justin soltou aproximando-se dos dois com os punhos cerrados. Chaz abaixou a cabeça, mas Ryan pendeu o olhar nos de Drew. A petulância do mesmo deixou o homem ainda mais irritado, levando o mais novo a acertá-lo com um soco no meio de sua face. Chaz subiu os olhos por conta do barulho que se ouviu e dos movimentos brutos de ambas as partes, e percebeu um filete de sangue sair do nariz de Drew, intervir com dificuldade empurrando Bieber pelos ombros se ponto atrás de Ryan e a frente de Justin.
-JUSTIN CARA! – Chaz resfolegou percebendo os ombros de Justin se movendo na intenção de se esquivar do toque do amigo, a fúria o consumia. –VOCÊ PRECISA NOS ESCUTAR. –Chaz concluiu com os pulmões pesados, a garganta secando a cada palavra proferida, e o medo de que uma desavença maior os separasse. Justin parou de fuzilar Ryan do outro lado, e seus olhos pairaram por sob a feição de Chaz. – Ryan está devendo uma corrida de 40 Mil dólares. Ontem Steven veio aqui e o ameaçou dizendo que se não levasse o dinheiro até o final desta semana. – O amigo engoliu a seco. -, o mataria. – Do outro lado Bieber fitará o colega, os olhos perdidos em um ponto invisível no chão. Decepcionado pelo fato de Butler ter posto dinheiro no meio da corrida por puro orgulho.
Silêncio.
Por um momento um remorso momentâneo atacou o homem, e depois um medo acertou-lhe um golpe fatal.
-Não vimos outra opção, desculpa dude. –Charles abaixou o tom de voz, e Drew processava as palavras do amigo.
-Me colocar em uma aposta perigosa, faz parte também? – Justin continuou, sem conseguir compreender, desta vez a magoa lhe atingia, bem mais forte do que era capaz de suportar. –Então quer dizer que coloca minha vida em risco pra salvar a tua? – O tom de voz afinou sem querer, aquilo seria difícil de perdoar.
-Justin, eles querem me matar cara! –Ryan saiu por de trás de Chaz se colocando a frente de Bieber, com medo de ser mal interpretado.
-Cara, eu já estou morto! –Ele riu irônico.
-Não. Você vai vencer esta droga de corrida e ganhar os cinco milhões. –Afirmou Butler, cheio de convicção, se esquecendo até mesmo por um segundo, da ardência causada pelo soco em seu olho esquerdo.
-Pra pagar a tua perda? – Drew questionou se sentindo a pessoa mais usada do mundo.
-Cara, eu não sei o que fazer. –Ryan disse, os olhos aflitos e o medo crescendo cada segundo mais em seu interior. -, eu preciso de tua ajuda. Eu não quero morrer.
- O que te faz ter a certeza de que vou ganhar? – O comentário de Justin despertou um fundo de esperança no âmago de Ryan, ele falava como se fosse tentar, e aquilo já era um começo.
-Você já venceu vinte e cinco corridas Drew, você é bom.
-Aquilo não passava de brincadeiras Butler, não tinha dinheiro e nem muito menos Rick. Era só diversão.
-Mas tinha um Justin ganancioso, cedendo por mais uma vitória; E até mesmo em brincadeiras, isso nunca muda.
Eles riram.
Um sorriso nervoso.
Cheio de medos, mas um sorriso.
Silêncio.
-Ryan?
-Oi.
-Desculpa dude.
-Tudo bem, me desculpa por ter topado e nem avisado.
Drew assentiu.
-Eu vou tentar.
-Obrigado
Duas bocas masculinas em sorrisos perfeitos.
-Afinal. . . São cinco milhões!
Gargalhadas altas se espalharam pelo cômodo,levando para longe o clima tenso que havia se instalado,  e em meio a tantos risos, o medo da perda foi se embora, e um sorriso nervoso antes a um suspiro aliviado se foi transmitido por Charles.
Tudo estava bem.
Pelo menos por enquanto.

                                        | Londres| Casa dos Bieber’s | 7hrs24m PM |

O dia permanecerá nublado, até muito mais que o anterior, ventos fortes balançavam as arvores secas e a chuva molhava as jardinagens vizinhas. Justin levantará cedo naquela manhã, quase não conseguirá dormir, tamanha a ansiedade que lhe causava inquietação, e por conta dos minutos e horas em que o sono não encontrava espaço em sua mente tão repleta de pensamentos, ele se permitiu vaguear por entre decisões. Sabia que participar de rachas e viver tão loucamente não era o rumo certo a se seguir. O homem tinha sonhos, e mesmo que estes estivessem perdidos e quase por tão pouco esquecidos; Eles ainda viviam em algum lugar de seu coração. Não poderia permanecer com aquela vida indigna. Pretendia terminar seus estudos, e ingressar em uma faculdade, o mesmo tinha o desejo de realizar o seu sonho de infância; Tornar-se um médico. Ele ria daquele pensamento.
“Um garoto, com problemas de arritmia* com o sonho de virar Doutor? É mesmo uma grande de uma ironia.”
Mas o que fazer se este era o seu maior desejo?
Não se via fazendo mais nada, seguindo mais nada.
Um anseio quase perdido em meio a expectativas por vitórias, por adrenalina.
Quase.
Justin tinha tomado uma atitude naquela manhã. A atitude que mudaria toda sua vida, e para melhor. 

Londres| Metrô | 12h25min |
Imagens rápidas passavam voando pelas vistas da menina sentada no penúltimo banco. A garota observava as paredes do outro lado que se tornavam borrões por conta da velocidade que o automóvel atingia. Por um motivo tão incerto naquele dia, ela estará feliz, um humor pouco compatível com o dia negro e fechado que escondia o sol perdido em algum outro lugar do universo, sentia-se completa; mesmo que sem motivos aparente.
No momento em que o automóvel parou, mais uma leva de pessoas entraram no ambiente tornando-o quase menor do que aparente, como de costume a menina observava as pessoas presentes com um olhar perdido. Observava os seres humanos em si, e os casais. Linda tinha este costume; O de observar. Tinha tanta curiosidade em aprender sobre os seres de preferência o humano; Que se tornava difícil não prender a atenção na figura de alguns. Observou um garoto, alto e de pele branca e lindos olhos castanhos caramelos. O olhar apreensivo e nervoso do menino a fez prender a sua atenção disfarçadamente no mesmo. Concluindo que; Estava apreensivo por conta das mãos tremulas que arrumavam o cabelo a todo instante e descia para a nuca. As sobrancelhas franzidas em sinal de impaciência. Ela sorriu para o chão o achando incrivelmente bonito; Nunca o virá ali. O vagão fora esvaziando aos poucos e os minutos crescendo, o coração de Linda parecia bater forte dentro do peito e ela ria daquela idiotice sem tamanho que era suas emoções.
“Será possível que estou tão carente, a ponto de me apaixonar por um garoto dentro de um vagão?” – A consciência gritava implorando por razão.
E agora, que estará tremendo, era ela. As mãos geladas pelo frio apalparam os cabelos cacheados e volumosos com as duas mãos, e os movimentos exagerados fizeram com que o garoto a notasse sem que ela percebesse, ele riu da forma com a qual seus óculos quase escorregaram de seu rosto, por conta da face que estava direcionada ao chão, ela prendeu os fios encaracolados e alguns teimaram em descer sem sua permissão, caindo por sob sua nuca, o coque frouxo ficará desengonçado, deixando-a ainda mais graciosa. Ela ajeitou os óculos no rosto pra levantar o olhar, e quando percebeu que os de Justin a fitavam ela desviou novamente com as bochechas coradas. Naquele mesmo instante, não haviam problemas, Drew esquecerá dos receios e de todas as preocupações que moravam em seus pensamentos. 
“Que merda está acontecendo aqui?”
Ela pensou, enquanto a mente do homem relembrava um trecho das confissões contidas no papel.

“Por isto se me encontrar por aí e perceber que meu coque esta meio torto ou que meus óculos estão meios desajeitados, não fique pensando que isto é personalidade, porque não é não.”

Ele sorriu ao lembrar.
E ela percebeu.
Revirou os olhos, pensando que ele provavelmente estará rindo da sua forma desajeitada de ser, tudo bem-suspirou-, já estava acostumada.
 A menina observava o nada em silêncio decidindo apenas a encostar sua cabeça no vidro da janela gelada.
-Meu nome é Justin. –a voz soou grossa, e a menina respirou fundo, pensando que a apresentação não havia sido feita a ela. Algumas pessoas sentadas logo atrás riram de Drew e ele irritou-se por ter falado com o vão.
Ele sentou-se ao lado da garota pesarosamente fazendo-a finalmente o olhar.
O coração de Justin bateu devagar desta vez.
“Maldita arritmia.”
Ela era ainda mais bonita de perto.
-Meu nome é Justin. –Ele repetiu a frase sorrindo, e esquecendo-se das frustrações de horas atrás.
-Hãm?
Silêncio.
-Há sim... Desculpe é que... – A frase perdeu-se no meio do caminho antes de chegar à boca de Linda. Ela sorriu envergonhada para o chão disposta a cometer um homicídio assim que chegasse a sua casa.  – Meu nome é Linda.
Ela disse, estendendo a mão para o garoto que pegou na mesma sorridente. Os cílios da menina eram tão grandes que a tornava ainda mais graciosa.
Por um momento Bieber não recordava o nome da garota que assinará as confissões no final do papel, mas tinha a breve certeza de que era a mesma.
- Por que veio aqui se apresentar a mim? – Linda soltou criando coragem para observá-lo com mais atenção.
O garoto riu.
-Parecia tão tenso ali, parado... –continuou a menina.
-Você estava me observando? – Os dentes enfileirados apareceram revelando um sorriso encantador.
-É... Na verdade, é meio que uma mania. –Ela riu, e o som da risada desta invadiu os ouvidos de Drew acelerando seu coração bipolar.
-Sim. Não consegui pegar Stella hoje. – Justin confirmou, e Linda soltou um “Haaa”
“Então ele tinha namorada?”
-Não, não é nada disso que está pensando! – o garoto exclamou com as mãos espalmadas e um sorriso crescendo nos lábios crispados, assustando Linda- Eu não namoro, na verdade “Stella” é minha moto. Costumo por nome as minhas coisas.
Eles gargalharam.
-Por que está se preocupando em esclarecer isso? –A menina contra atacou com o sorriso que não deixou seus lábios morenos.
“Ela era incrível” – Justin concluiu em uma linha de raciocínio
Linda percebeu que o garoto ficará sem resposta e prosseguiu tentando conter o riso que insistia em querer crescer.
-Fica apreensivo daquele modo quando esta sem ela? – perguntou-a
-Na verdade eu preciso muito de Stella hoje. –Por um momento o clima ficará tenso, e Linda não soube exatamente como fazer maneá-lo, percebendo que existiam mais possibilidades naquela afirmação do que ela pressentia. Afinal, a jaqueta de couro preto não negava muito a personalidade forte de Drew, aos poucos Linda o reconheceu.
-Você participa de... De rachas? –ela perguntou insegura, sentindo-se mais a vontade para partilhar de seus “achares” – Você... Pêra, você é Justin? O tal Justin Drew Bieber?
O menino se assustou com a verdade explicita nua, crua e pelo fato de Linda ter o descoberto com tanta facilidade.
-Sim, acho que sou eu este que você diz, por enquanto. –Ele abaixou o olhar sentindo os olhos arder daquela forma idiota e gay. –Como sabe sobre mim?
A pergunta fora feita de maneira curiosa, e Bieber exigiu a si mesmo que levantasse o olhar e a encarasse.
-Meu irmão é Rick. 
Tem certeza que estamos falando do mesmo Rick? – O garoto questionou.
-Rick Still? –a menina levantou as duas sobrancelhas sugestivas.
Os olhos de Justin se arregalaram levemente, e ele percebeu quando o vagão anunciou a próxima parada.
-Desce comigo. –Ele pediu levantando-se rapidamente e pegando em um dos pulsos de Linda, a menina o olhou atentamente.
-Como assim? – A garota perguntou franzindo uma das sobrancelhas.
-Desce comigo, por favor. – O vagão abriu as portas e algumas pessoas descerão naquela estação. Justin apalpou o pulso da menina em uma fricção indolor e ela levantou-se automaticamente sendo impossibilitada de raciocinar como deveria.
-Mas... – Linda não teve tempo de pensar, quando percebeu já estará dentro de uma rodoviária para pegar um ônibus e partir para casa, mas aquela não era sua estação. Ela descerá junto no ponto de Drew.
-O que pretende? – A menina exclamou um pouco mais alto, sentindo-se amedrontada; Não costumava estar sozinha em um lugar pouco ido por ela com uma pessoa que conhecerá a alguns minutos. 
-Escute aqui. - Justin disse-, quero lhe pedir que não conte a seu irmão que estou sem o veículo por que... – O homem resfolegava com dificuldade o coração doendo, e uma tontura que ele conhecia bem o atingia causando-lhe fisgadas.
-Justin! Calma, eu mal falo com meu irmão. – A menina afirmou, começando a sentir-se culpada pelo estado de Bieber, o mesmo empalideceu.
-Mas... Mas como... – Ele começou e a garota o puxou pelo pulso desta vez o levando até um pequeno comércio onde vendiam alguns alimentos, sucos e cafés. Fez um gesto para que ele se sentasse ali e assistiu à atendente aparecer, ela elevou dois de seus dedos e pediu a quantidade de Cappuccino.
-Eu e meu irmão não nos falamos muito, porque ele não fica em casa o tempo inteiro. Digamos que Rick seja a ovelha negra da família. – Linda afirmou com os olhos perdidos e sentou-se também de frente para Justin. -, na verdade eu sei quem você é, porque em uma das raras vezes em que Rick apareceu lá em casa eu ouvi-o conversar com Martin no telefone sobre você. Eles falavam sobre o racha e também sobre o dinheiro que seria entregue ao vencedor da corrida. – Linda falou observando os olhos atentos de Drew, o Cappuccino fora servido e a garota sorriu para a atendente em agradecimento, bebericando daquele liquido morno que descerá por sua garganta, amava. –Rick não gosta de você Justin.
-Eu sei. –ele afirmou depois de ter degustado do Cappuccino. 
-Só nunca entendi o porque.  –Linda soltou dividida entre a incerteza e a certeza.
-Rick sente-se ameaçado por mim. E eu sempre soube de seu grau de inveja por minha pessoa e pela forma com a qual –mesmo que seja por diversão- eu consigo o vencer em praticamente todas as corridas em uma única noite.
Linda levantou uma sobrancelha.
-Não! Não estou querendo dizer que sou melhor que ele, ou que todo mundo. Nada disso.
A garota riu, achando linda a forma com a qual Drew entendia seus pensamentos somente pela forma com a qual ela o encarava, o homem riu também.
-Posso lhe dar um conselho? – Ela perguntou depois que as risadas se cessaram e o silêncio preencheu o diálogo entre eles, Drew assentiu. -, tome muito cuidado com esse racha, tenho a leve impressão de que Rick não quer apenas uma corrida, Rick pode estar querendo lhe machucar.
O clima ficou tenso entre eles.
- Você esta do lado dele? – Justin perguntou, ignorando completamente o arrepio que cobriu sua espinha.
-Rick não merece nem um pouco que eu o apóie. –Ela afirmou dura. –Só faz besteiras, decepciona nossos pais, sai de casa altas madrugadas e é como se eu não tivesse um irmão, mas sim um desconhecido morando comigo, não estou do lado dele,  e enquanto ele for isto que é; Eu jamais estarei.
Linda concluiu e Justin abaixou o olhar se sentindo um crápula; Porque no fundo ele bem sabia que não era diferente do irmão de Linda. Ele tinha a plena convicção de que seus pais não estavam tendo um filho, um verdadeiro filho, mas que ao contrário disto estavam sendo obrigados a conviver com um jovem que não conheciam mais, o filho que outra hora os mesmo tinham, agora estava escondido dentro de um Justin desconhecido e aquilo precisava mudar.
-Por que se apresentou a mim, dentro daquele vagão? –Linda relembrou o ocorrido de alguns minutos atrás e o garoto voltou a encará-la, sorrindo em seguida.
 -Você pensou que eu estava rindo do seu desastre, e o achando horrível. – Ele soltou e a menina ergueu as íris escuras, sem conseguir dizer nada. –Mas na verdade eu a achei linda e graciosa. - Drew concluiu usando de seu tom mais grave, e Linda riu para o chão.
- Beleza, fiquei sem ter o que dizer. – A menina desabafou sorrindo envergonhada, desde quando aquilo acontecia?
Ambos sorriram.
- E eu precisei ir até lá pra lhe provar o contrário. –Justin continuou.
-Engraçado isso né? –Ela riu nasalado -, e acaba descobrindo que sou irmã do seu maior rival.- Linda tentou mudar o assunto, e Drew percebeu.
-E acabo descobrindo também, que eu tenho algo comigo que te pertence. – A voz permaneceu mais grossa, e ele notou os olhos da menina se erguer devagar, os dois se fitaram intensamente; Pela primeira vez.
-O que seria?
-Só vou lhe contar, se você me conceder a oportunidade de lhe ver novamente. – Drew continuou atingindo seu tom de voz normalizado.
-Não sei se isso será possível, então me diga agora. –Linda complementou sem resquícios de risos.
-Por que não seria possível? -, Drew continuou com os olhos presos aos dela, não sabia por qual motivo; Mas aquela garota era a raridade na sua existência, não haveria outras iguais a ela, e por algum motivo incoerente; Ele sentia a incrível necessidade de tê-la. Porque gostava do diferente, gostava de ser o diferencial.
Linda sorriu antes de responder.
-Estou indo embora para Nova York junto de minha família na quarta-feira. –Ela fez bico e Drew sentiu vontade de puxá-lo com seus dentes. A frustração o tomou de uma forma incompreensível.
-Depois de ter me conhecido, não vai conseguir mais viver sem mim. –Ele riu, para compensar a decepção que lhe surgiu, e a menina o acompanhou.
|Casa dos Bieber’s|20hrs25m|
 Pattie entrou no quarto do filho e observou o mesmo vestir-se com a jaqueta de couro preta, calçando nos pés uma de suas coleções de supras, estas tais na mesma cor que a jaqueta. As calças jeans caiam um pouco deixando a mostra uma pequena parte da cueca, as bochechas do garoto estavam levemente coradas, uma demonstração de nervosismo aparente. Patrícia o fitou com os olhos líquidos de uma preocupação que Drew conhecia bem.
-Mãe. . . –Ele aproximou-se da mulher tocando seus ombros com as mãos cobertas pelas luvas, seus olhos aflitos procuraram pelos de Pattie e ela ergueu seu rosto para fitar a expressão de seu filho. -, é a última vez que a senhora vai me ver saindo de casa a esta hora, e só voltando madrugada da noite.  – Justin concluiu, e Patricia quis acreditar; Mas quismuito.
-Quem me garante Justin? – a voz falha teve poder suficiente para penetrar os mais profundos sentimentos do garoto.
-Eu mãe, eu estou lhe garantindo. –Ele a abraçou com força e a mulher derramou algumas lágrimas em seu ombro. Patrícia era forte, guerreira, determinada e cheia de garra, mas quando o assunto era Justin; O seu único filho, ela parecia retroceder e um lado mais sensível se mostrava mais visível do que seu orgulho seria capaz de demonstrar. –Confia em mim? –Ele pediu separando-se dela para secar suas lágrimas, beijou suas duas mãos e depois passou uma da suas em seu rosto, vendo-a assentir.
O homem pegou o capacete que descansava em sua cama, parou em frente a uma mãe que o observava.
-Eu te amo. –beijou suas bochechas demoradamente, e sem nem dar tempo para que ela respondesse, o mesmo saiu, deixando uma mãe menos preocupada para trás.
| Rua: Mornem 1987| Londres | 00hrs05m |
-Justin, cara; Esta preparado? –Ryan surgiu do nada, encontrando dificuldades para passar em meio a tanta gente em sua frente e ao redor de Bieber.
-Sim. –Não, ele estava nervoso e usava daquele método para tentar convencer a si mesmo de que estava tudo sob controle.
-Okay, e o coração? –Ryan apontou para o peito do amigo, e ele rolou os olhos, odiava aquele assunto. Butler notou a reação do mesmo e pediu com os olhar um pouco de compreensão, Bieber assentiu.
-Esta tudo bem com ele. – Drew sorriu amarelo.
De repente, uma pequena aglomeração se fez presente no ambiente. Justin se levantou assim que avistou Rick a tentar passar pelas pessoas, escutando algumas garotas ralharem com ele por este ter as empurrado. O olhar fixo de Justin direcionou-se ao foco de Rick e não o tirou de sua vista, até que percebesse que realmente o mesmo vinha em sua direção.
-Vim aqui somente para lhe desejar boa sorte. - Still estendeu a mão, cheio de ironia e falsidade. Justin negou, e ele abaixou a mesma como se aquilo não tivesse o abalado nem um pouco, o olhar do homem fervia em sua direção. -, durante todo este tempo vim escutando boatos de que você é o melhor. –Ele continuou, e Drew sentiu repudio daquele ser. “Como Linda poderia ser do mesmo grau de parentesco que aquele verme?” -, hoje nós vamos ver quem é o melhor.
Still concluiu soltando de seu veneno, fazendo o sangue de Drew se concentrar atrás de suas orelhas.
Raiva, e sede de uma vingança insaciável
-Okay - Ryan apareceu novamente na esperança de acalmar Justin. -, respira fundo e mostra pra este idiota quem manda aqui. -, ele concluiu conseguindo a atenção de Bieber para si, o homem assentiu e um sorriso amarelo formou-se nos lábios do amigo. -, você consegue beleza? –o estimulo necessário viera seguido de um abraço apertado.
-Consigo. –Ele repetiu para si mesmo.
-JUSTIN, JUSTIN! –uma das garotas que anunciavam a largada apareceu resfolegando e tirando a atenção do garoto. –VAMOS!  FALTAM APENAS DEZ MINUTOS. –Concluiu saindo em seguida, andando com dificuldade tamanha o salto que carregava nos pés.
Drew sorriu para Ryan que estendeu uma das mãos para que Drew a apertasse, eles sorriram firmes um para o outro e Butler assistiu o garoto alcançar o capacete, e dar as costas para ele, seguindo por entre a multidão, à medida que Bieber pedia espaço, todos que estavam ao redor cediam prontamente em um gesto de respeito.
Por um único momento Ryan questionou ter feito certo, ou não, mas depois de alguns segundos em reflexão concluiu que Drew era totalmente capaz de conquistar aquela vitória, afinal; Justin Drew, jamais deixaria de ser o Bieber cedendo por milhares e por diversas conquistas, e no fundo Ryan conhecia o amigo suficiente para saber que o mesmo faria o possível e até mesmo o impossível para superar todos os seus objetivos.
Quando os pés de Bieber alcançaram o asfalto úmido às mãos formigaram, aquela seria a última vez que estaria ali. Adorava a sensação de competir, sentia alegria em correr; Mas a felicidade de sua família era sua maior prioridade; Não poderia continuar indo pelo incorreto porque sabia que as conseqüências viriam em breve, e mesmo que, amasse a adrenalina, e o fato de seu corpo conseguir alcançar níveis de velocidade que não conseguiria atingir fisicamente e sozinho, e todo aquele impossível que se tornava possível, quando ouvia o ronco da moto soar pelos seus ouvidos já cobertos pelo capacete, infelizmente, ou felizmente; teria que abrir mão.
Os dias que se seguiram só serviram de ansiedade, e ele alimentava-as com a lembrança de Linda, a menina não saia de seus pensamentos, ele sabia que não a veria nunca mais e que não teria oportunidade de revê-la, mas lembrar nunca fazia mal, ou fazia? Não sabia o motivo, mas sentia o coração apertar com o vago conhecimento de que, daqui a alguns dias ela não passará de uma simples e maravilhosa lembrança.
Capacetes postos, mãos cobertas por luvas, o corpo montado sob o veículo. O pé posto sob o acelerador estava tão ansioso que o pé fazia fricção contra o mesmo inconscientemente.
-ONE! –Uma das garotas bem vestidas anunciou. A garoa borrava um pouco seus olhos antes bem delineados.
-TWO! – Drew fitou Still com os olhos cerrados, e mesmo que Rick estivesse com o capacete por sob o rosto, o homem era capaz de imaginar suas sobrancelhas erguidas.
-TREE! – A platéia que os assistia estava silenciosa. Somente os roncos dos motores se eram ouvidos. E pela mente de Bieber uma única mensagem se era passada.
“São cinco milhões e a vida do meu melhor amigo. Eu preciso vencer esta droga!”
-AND... GO!
As duas motos partiram rapidamente, em uma disputa que envolvia mais do que simplesmente imaginavam.
A vida de Justin estava em risco.
Still partiu na frente, e Bieber logo atrás com o conhecimento óbvio de que aquela noite prometia mais do que ele imaginava, estava tudo em jogo; Sua vida, seu melhor amigo, sua família, seu orgulho. Ele sabia também que para cinco milhões ele precisaria de muito mais do que o esforço, ele precisaria usar de sua estratégia.
Três minutos que pareciam uma eternidade haviam se passado.
Justin conseguiu avistar Still e o seu automóvel pareceu ficar mais rápido do que imaginava, como se atendesse ao mandato de seu desejo interior para que ela não corresse, mas voasse. Drew alcançou Still, mas não o suficiente para ultrapassá-lo, e um desanimo gigante acarretou-lhe como se viesse pegando carona com ele e deixando seu veículo ainda mais pesado.
Mas a disputa ainda não tinha acabado.
O coração do garoto batia frenético em uma agitação nunca conhecida, a adrenalina percorria-lhe cada centímetro de seu corpo como e o desânimo perdeu lugar para que a mesma viesse junto dele. Bieber ultrapassou Still, e uma alegria descomunal tornou a radiá-lo sem pudor.
Foi quando ele avistou ao longe uma enorme poça de liquido melequento, a cor escura era quase confundida com a do asfalto; E se não fosse os olhos perceptivos de Drew ele passaria por cima, e correria o risco de capotar. A fúria tomou-lhe conta e as palavras de Linda vieram à tona em sua mente, como flerte que inundava sua visão, e ele recordou exatamente da feição da menina, como se á visse lhe proferir tais alertas. 
“Tome muito cuidado com esse racha, tenho a leve impressão de que Rick não quer apenas uma corrida, Rick pode estar querendo lhe machucar.”
Virou-se para trás como se soubesse que Still faria aquilo. E quando se deu por conta o ronco do motor de Rick já não era mais ouvido.
-O DESGRAÇADO, PEGOU OUTRA ESTRADA PARA CHEGAR PRIMEIRO! –Drew exclamou falando consigo mesmo em uma raiva que lhe consumia, quebraria Rick ao meio se o encontrasse. - COMO EU FUI ÓTARIO!! – Gritou novamente, a garganta secando e a ardência em seus olhos já se eram sentidas.
Frustração.
Sentimento de inutilidade
E principalmente; Ingenuidade.
-O IDIOTA JÁ DEVE TER CHEGO, E DEVE ESTAR RINDO DA MINHA CARA. –A moto ainda acelerava, e Justin corria se desvencilhando das pequenas possas que estavam formadas no meio do caminho. Ele corria, corria muito!
Não porque queria vencer.
Porque já sabia que estava derrotado.
Mas, porque queria quebrar a cara de Rick e pisoteá-lo até a morte.
Os olhos estavam líquidos de ira.
“Como pude ser tão idiota, será que não sabia o que aquele imbecil estava tramando?”
E de repente, Drew congelou.
Quando ele percebeu que as garotas ainda seguravam a faixa na cor vermelha, e não havia sinal de Rick, e que ao longe adolescentes e jovens ainda esperavam por algum sinal de um dos competidores, seu coração pareceu parar por um segundo.
Sim, ele parou. Perdeu duas a três batidas e ele ficou se perguntando como ainda conseguia acelerar tanto. Justin despertou quando ouvirá o ronco de uma moto; Rick. Ele acelerou ainda mais antes que pudesse avistá-lo e o mesmo entrou a sua frente vindo de uma das curvas. A raiva ainda era tão grande, que Bieber começara a ser guiado pelo próprio orgulho, girando as mãos com velocidade e passando por Still antes de mandar um beijo no ar ao mesmo (que obviamente não percebeu), Rick viu os olhos sorridentes de seu adversário e se sentiu pior quando avistou o mesmo passar pela fita vermelha que duas garotas seguravam. Mesmo roubando, e trapaceando, este não conseguirá derrotá-lo e se, ele queria provar maior de que Justin era realmente bom, ai estava. 
Justin era o grande vencedor, conseguirá os cinco milhões, e agora era milionário e considerado o melhor daquela cidade.
Rick não se atreveu a dizer nenhuma palavra quando chegará ao local, jogou seu capacete no chão com força e partiu para algum lugar a qual ninguém se importará a descobrir afinal, estavam mais preocupados a comemorar pelo vencedor, do que a lamentar com o perdedor.
-Cara você é bom! –Um garoto ruivo abraçou Justin e ele retribuiu com um sorriso em agradecimento.
-Parabéns Drew! –Uma das garotas apareceu à frente do ruivo desconhecido e abraçou Bieber,tão forte a ponto do mesmo sentir seus seios em seu peitoral.
-Obrigado. -Ele sorriu amarelo. E a garota continuou sorrindo como se esperasse ele dizer alguma coisa, mas ele não se manifestou.
Assim que avistou Ryan logo atrás, ele rompeu a multidão para conseguir alcançar um amigo.
O abraçou fortemente e depois pegou em seus ombros, demonstrando uma felicidade que imaginava sem impossível sentir.
-Eu não disse que conseguiria? –Ryan falou.

|Casa dos Bieber’s| 12hrs14m |Quarta-Feira. |
Justin brincava com o papel de Linda entre os dedos, a ansiedade o definia naquele momento. Leu-o novamente na esperança de encontrar algo que contivesse o número ou e-mail da garota, mas não conseguiu. Ele tinha gostado daquela menina, tinha a achado incrível.
 Ele abriu sites em busca dos vôos que estariam programados para hoje e tinha certeza que Linda Still, juntamente de sua família estaria no vôo 305 das 13hrs28m. O coração batia descompassado, em ritmo frenético quase que impossível de conter, queria reencontrá-la, só precisava disto para que sua felicidade estivesse completa; Afinal, já estava em paz com sua família e seus pais, os mesmos se encontravam alegres, e se permitiram perdoar Justin pela inflação contra a lei, porque mesmo que tivesse feito algo errado, agora a família estava milionária e estes sabiam que Drew jamais voltaria a cometer tais imprudências novamente. No começo houve uma rejeição vinda de Pattie, mas Jeremy acabou por conseguir convencê-la.
Mesmo que estivesse bem com sua família, Drew não estava totalmente completo.
12hrs32m
Ele olhava frenético para o relógio no pulso, como se contasse as horas para vê-la, mas ao contrário disto; Sabia que a mesma partiria.
Que tipo de homem se quer pega o número de uma garota pela qual se sentiu interessado?
Isto mesmo.
Justin.
“Anda, vai atrás dela.”- Uma voz ressoava por entre seus ouvidos como se gritasse da sua consciência.
Ele ali, parado no meio do quarto como se fosse um garoto virgem em depressão.
-Para fazer o que? Pedir ela em namoro? –Ele riu, quando percebeu que tinha dito aquilo alto demais.
E de repente, um silêncio se fez ouvido. Sua consciência havia se calado, e Drew ficou sem saber se aquele havia sido um sinal de compreensão ou de afirmação.
Ele entrou no banheiro rapidamente e tomou um banho rápido, trocou-se. E se preparou para colocar a jaqueta marrom.
12hrs42m
-Pra que diabos eu tomei banho mesmo? –Ele riu nervoso, quando percebeu ter olhado o relógio novamente. Andou pelo centro do quarto atônito, puxando os cabelos com força tamanha sua ansiedade. Guardou as confissões de Linda e abriu a porta.
12hrs48m
-Que droga eu estou fazendo? –Ele pegou as chaves da moto e fechou a porta com força atrás de si.
“Você esta fazendo o que é certo, vá atrás dela.” - E mais uma vez sua consciência gritou contrariando seus próprios pensamentos.
Depois fora concluir que a consciência nada mais é do que o grito desesperado daquilo que você quer muito fazer, mas não faz por medo ou receio, ela é afirmação das vozes vindas de dentro do seu coração.
Ele foi em direção a garagem para retirar a moto, antes verificando o horário.
12hrs55m
Saiu de casa pilotando as pressas, com o coração batendo mais rápido que qualquer outra coisa. Quando parava nos faróis ficava questionando-se se estava realmente fazendo o certo,quando o surto de realidade o visitava, mas depois era contrariado pelo seu próprio coração.
Ele jamais encontraria ninguém semelhante à Linda, nem que quisesse.
13hrs10m
O homem conseguirá chegar ao aeroporto de Londres, as mãos suavam dentro da luva, e por este motivo ele resolveu às tirar. Encontrou dificuldades para conseguir entrar no mesmo, sendo obrigado a tirar o relógio e deixar celulares e carteiras. O coração começava a latejar dentro do peito agora, com mais força.  Uma agonia que ele mesmo jamais conseguirá definir. Enquanto Drew era obrigado a deixar alguns de seus pertences, ouvirá a voz tão conhecida anunciar.
-Atenção Senhores passageiros do vôo com rumo à Nova York, dezoito minutos. -Ele ainda tinha tempo. Respirou fundo e sorriu forçado para um dos seguranças que o observava. Assim, que se preparou para girar na catraca o alarme disparou novamente. Justin rolou os olhos, sem que o homem percebesse e tornou a fita-lo sorrindo amarelo.
-Senhor, o problema esta em seus colares. –O moço apontou e Drew arrancou o mesmo de seu pescoço, colocando-o junto dos outros pertences.
13hrs20
-Passageiros do vôo 305. O avião embarca em oito minutos. – A voz fina da mulher soou novamente despertando Justin. Assim, que teve acesso ao pátio observou as pessoas ao seu redor, procurando por um par de óculos tortos e coques mal feitos, os olhos varriam o local com agonia e a cada segundo que se passava parecia mais rápido que um milésimo.
O coração de Drew gelou novamente.
Ele avistou ao longe Linda, e suas mãos tremeram em nervoso. O que faria? Quando notou as mãos de dedos finos nivelaram a mala, o medo tomou conta do corpo e mente do garoto.  Ela andava em direção a saída do aeroporto.
Justin começou a andar mais rápido em sua direção, e quando percebeu que não a alcançaria a tempo, correu.
Ele não poderia, mas o fez.
-LINDA! –O garoto exclamou em alta voz, e ouviu o seu próprio som ecoando pelo pátio. Pessoas o olhavam atento. O coração acelerou, e o ar lhe faltou.
A garota olhou para trás e sorriu ao reconhecer o homem, tão lindo.
Drew empalideceu e sua visão turvou-se, e de repente só o que pode ver; fora um flerte de uma Linda aterrorizada correndo até ele com as bochechas coradas. E o preto tomou toda a sua visão.

Vi quando os olhos de Justin se ergueram e um sorriso pequeno surgirá entre os seus lábios rosados, dissipando toda preocupação que estará presa dentro de meu coração.
Bieber tivera um ataque de arritmia, seu coração pulsará rápido demais e depois muito lento, causando-lhe um desmaio repentino. Tudo ocorreu muito depressa; Quando ele gritará no meio do aeroporto, eu esperei que ele fosse chegar até mim com um sorriso gigante, que me abraçasse e pedisse para que eu voltasse. Mas, o grito alto ecoou deste, por conta do desespero que sentirá quando percebeu que suas vistas turvarão. Eu fora chamada apenas pela necessidade.
Como sempre.
-Está tudo bem com você? – Questionei, ignorando completamente o efeito que seus olhos castanhos bem apertos e vidrados em mim, causarão em meu interior.  Ele assentiu, e eu senti falta de sua voz. –Consegue falar? –Perguntei aproximando-me mais deste e tocando-lhe minhas mãos frias em seu rosto empalidecido.
Ele assentiu.
-Então fale. –Eu disse em um sopro nasalado que sairá acompanhado de uma risada tremula.

Justin POV’s
Fios, fios e fios. Tantos destes estavam presos em meus dedos e peito, onde se localizava um coração completamente “bugado”, havia mais em pontos onde minhas veias tornavam-se mais visíveis, e o fato de ter algo correndo entre elas (que não fosse o sangue) me causava uma frustração e agonia insuportável.  Linda, ali perto de mim era a única que fora capaz de dissipar qualquer sentimento negativo.
Linda estava Linda. Incrivelmente Linda.
-Justin? –Ela me chamou em um tom de voz que beirava a preocupação, suas sobrancelhas franzidas em uma expressão de pura agonia.
-Estou aqui. – Afirmei.
-Eu sei.
-Por que não fala nada?
Silêncio.
-Linda? –a chamei desta vez, ignorando completamente seu questionamento.
-Diga.
-Obrigado por... Por ter-me... Salvo. –Desabafei, fitando um ponto invisível atrás dela enquanto sentia minha masculinidade toda indo por água a baixo, se teria alguém que tivesse que salvar o outro ali, este alguém seria eu.
Linda riu nasalado colocando uma mão de unhas grandes rente ao meu queixo, virando minha face na intenção de ganhar meus olhos presos na sua face.
-Agradeça também aos seguranças. Eles lhe ajudaram muito. –Um sorriso maior que o anterior ganhou espaço no rosto de Linda e meu coração acelerou mais do que devia. Fechei os olhos com força, abrindo-os rapidamente para vidrar meu olhar nos seus, tão Linda.
Foi inevitável não sorrir também.
Silêncio.
E mais silêncio.
Confesso reprimir a vontade incessante de guiar meu olhar a outros lugares.
-Você perdeu a viagem? –Questionei, tocando a mão que estará em meu rosto segundos antes, para beijá-la. Linda fechou os olhos por mais tempo do que o normal.  E por algum momento até eu estranhei o nível de intimidade que pairava entre nós, como se já  conhecesse-nos s muito tempo.  
-Sim, mas isso não importa. Vou marcá-la para outro dia.
-Você não pode ir. –Afirmei sentindo o coração bater mais devagar, só por pensar na probabilidade de ficar sem ela, para sempre.
Linda percebeu, e virou-se para trás para fitar meus batimentos na tela do monitor. Fechei os olhos com força.
-Justin! –a garota me chamou ao perceber que os mesmos se encontravam fechados, e se aproximou tocando as mãos pequenas em meu braço nu. –Justin! –Abri os olhos, e iria me preparar para sorrir de seu desespero. Se não fosse pelos olhos grandes de cílios enormes que me fitavam atordoados, em uma fração de segundos elevei os meus para seu colo e depois inconscientemente para sua cintura fina, e quase fitei suas pernas se não estivessem fora do alcance de meus olhos. Ela esbarrou seu corpo no meu sem perceber, e fitou-me mais de perto.
Meu coração acelerou, e mais uma vez Linda percebeu. Virou-se rapidamente para o monitor e depois me fitou nervosa.
-Você está bem? –Ela estará preocupada.
-Sim, eu estou. –Estava envergonhado, mas feliz por ela não ter percebido o efeito que seu corpo tivera sobre mim.
-Mas... Ele fica lento e depois rápido. –Ela apontou para o monitor nervosa, e eu contive a vontade de tocar sua cintura e empurrá-la para mim.
-É normal.
-Não Justin, isso não é normal! –Ela afirmou e eu quase sorri.
-Pra você não, mas para uma pessoa que tem arritmia isso é mais do que normal. –disse.
Silêncio.
-Desculpe. –Linda abaixou o olhar para o chão e eu rodei minha mão em sua cintura a aproximando mais de mim. Seu olhar encontrou-se com o meu, e o barulho de meus batimentos acelerados ouvia-se atrás dela.
-Eu estou completamente interessado em você. – Afirmei e ela riu nasalado, as bochechas já começando a atingir um tom mais avermelhado.
-Você é lindo demais para estar interessado em mim. –Ela afirmou sorrindo sem conseguir fitar meus olhos. Aproveitei a oportunidade e fitei sua nuca controlando a vontade de desgrudar aqueles fios que me prendiam aquela cama para beijá-la até meu coração acelerar demais e eu morrer.
-Você é muito negativa Linda.
-E você é demais pra mim.
Linda disse e eu sorri, ela era incrivelmente graciosa.
-Sou? –Questionei erguendo uma sobrancelha.
-É. – A mesma concluiu com seriedade e eu a assisti erguer os braços para prender os cachos que atrapalhavam sua visão. Ela ergueu a cascata negra de seus cabelos e o prendeu com o mesmo.
Observei sua cintura e inconscientemente a apertei fazendo uma pressão indolor no local. O busto farto prendeu minha atenção por alguns segundos e meu coração acelerou mais nos outros próximos.
Aquilo era tão chato e frustrante. Aposto que ela não sentia o mesmo, não demonstrava.
-Você tem complexo de inferioridade. –afirmei. – Mas não sabe que teu nome faz jus a você por completo.
Silêncio.
-Você tem que parar de me deixar envergonhada com essas suas mentiras. –Ela disse com um sorriso que cortava sua face.
-E você tem que parar de me fazer dizer coisas que me deixam parecendo um gay. – Conclui e a assisti se aproximar mordendo os lábios nervosos. Seus cabelos se desprenderam quando a mesma se aproximou de meu ouvido, senti seu cheiro e me desnorteei por alguns segundos.
-É automático. –A garota afirmou e virou-se para sair do quarto em quanto eu a chamava logo atrás sentindo a ausência de seu perfume em meu olfato.
Sorri sozinho.
-Preciso ir agora. Meus pais me esperam do outro lado.
-Linda. –a chamei fazendo-a se aproximar novamente ignorando sua afirmação. Ela olhou-me e por um momento a coragem se esvaiu – Se lembra que eu disse que tinha algo comigo que te pertencia? –Perguntei e ela assentiu curiosa. – Aqui esta. – Ergui um braço para alcançar a jaqueta e peguei as confissões desta em minhas mãos. Ela arregalou os olhos e pego-a rapidamente.
-Você leu isso. –Não fora uma pergunta, mas eu assenti sorrindo como se tivesse sido.
As bochechas destas coraram e ela abaixou o olhar.
-Me deixa ser o louco da tua vida? Deixa eu te amar como você devia ter sido e não foi.  Deixa eu ficar do teu lado, deixa eu te conhecer? – Esbravejei e não fui capaz de captar sua reação, os olhos espremidos, enquanto o som do bip vindo do monitor de um coração acelerado se ouvia no ambiente silencioso que se formará. – Porque desde o dia em que te vi, eu enlouqueci completamente, sei que pode até parecer uma idiotice sem tamanho, mas meu coração que vive batendo em completa lentidão só funciona direito se eu estiver do teu lado.
Abri os olhos e a fitei. Lágrimas molhavam o canto de seus olhos, e ela lutava contra a vontade incessante de deixá-las cair. A vi se aproximar, e depositar um beijo no canto de meus lábios, fechei os olhos novamente podendo sentir seu cheiro mais de perto do que da ultima vez.
-Eu deixo.
A partir daquele momento, minha vida inteira tivera um sentido, o destino juntou nós dois. 
|2 ANOS DEPOIS|
Linda estará sentada em meu colo enquanto eu lutava contra a vontade de beijar cada extenssão de seu corpo, o meu já começara a reagir da forma que sempre se comportava quando a garota me dava doses excessivas de si mesma. Beijei-a com mais ansiedade, deixando claro a necessidade urgente que eu estava sentindo dela naquele momento, a garota ajeitou-se em meu colo e eu arregalei os olhos, reprimindo-os em seguida.
Eu não suportaria.  
Linda parou e gargalhou, puxando os fios de meus cabelos que estavam em minha nuca. Tirei sua blusa com pressa observando o sutiã rendado com fitas rosas que escondia um busto delirante. Parei, rangendo os dentes e esticando os lábios, respirando profundamente. 
-Justin! -Linda me chamou se aproximando mais quando percebeu que tinha sessado os toques e caricias. -Eu odeio quando para e faz essa expressão, me deixa preocupada! Ficou lento de novo? -Ela me observou com os olhos claros que espareciam de uma preocupação gigante. A cintura modelada, tão amostra despertava desejos ardentes em mim. -FALA DREW! -Ela berrou percebendo minha paralisia e eu me assustei fitando seu olhar. 
-Não, ele acelerou! Maldito coração. - Afirmei sentindo-me frustrado, e excitado.
Linda sorriu bonito, demonstrando não estar mais preocupada. 
-Não fale assim dele, -ela pousou as mãos em meu peito me empurrando pra deitar por cima de mim.-Se não fosse por ele, eu jamais estaria aqui. 
O que aconteceu depois? 
Há! vocês sabem.